Por que usar o GayPS?

Você já deve ter ouvido falar sobre o “pink money” nas redes sociais nos últimos anos. Nem todo mundo sabe do que se trata, mas estamos aqui justamente para explicar o que é, e também para debater a importância de se entender sobre o assunto. Para ser direto, o termo, que em inglês significa “dinheiro rosa”, faz referência a uma indústria que produz pensando em atrair os consumidores LGBTQIA+.

Somos o público-alvo de comerciais, editoriais e de campanhas publicitárias, mas infelizmente grande parte desse mercado tem como principal objetivo o lucro, não revertendo nem uma pequena parte dos frutos para a comunidade, ou seja, não gera empregos ou renda para seus membros, nem reconhecimento ou visibilidade. Entendendo isso, é importante trazer à tona o poder que essa mesma comunidade tem de se auto observar, na tentativa de direcionar seus gastos para empresas de pessoas LGBTQIA+ e aliadas, indo contra uma indústria heteronormativa que ignora a diversidade sexual e de gênero.

Debater sobre o que as empresas de fato fazem com os lucros gerados pela população LGBTQIA+ está longe de ser uma guerra declarada contra todo o restante da sociedade, porém é importante saber que o dinheiro que gastamos com grandes empresas tem o potencial de mudar vidas, e por isso é muito importante direcioná-lo a ideias e organizações verdadeiramente preocupadas com a causa LGBTQIA+, e ainda melhor, fazer com que esse dinheiro também seja destinado a integrantes desse grupo.

Seria maravilhoso ter um passo a passo de como gastar de forma consciente nos dias atuais, e talvez isso até seja possível. Uma alternativa é o “GayPS”, que funciona como um GPS de profissionais e empresas LGBTQIA+ e aliadas interessadas em fazer com que os gastos da sua própria comunidade girem dentro dela, resultando em mais empregos, em mais receita e mais reconhecimento dentro do mercado. 

Falar sobre “pink money” não significa tratá-lo como algo ruim, mas sim como uma ferramenta com potencial para mudar outras narrativas. Pense só como seria maravilhoso pessoas LGBTQIA+ gerando empregos para aquelas em situação de vulnerabilidade social, que também podem vir a fazer parte desse nicho de mercado. A população trans e travesti é a que mais sofre com o sucateamento da empregabilidade, e hoje o número de oportunidades destinadas a esse público ainda é muito escasso.

Tendo essa consciência, certamente profissionais LGBTQIA+ receberão o devido incentivo para que seu trabalho seja propagado, gerando emprego para outros profissionais do segundo ou terceiro setor. Essa é a percepção que devemos ter na hora de empregar nosso dinheiro, para que possamos ajudar a abrir caminhos que conduzam a finais felizes para histórias parecidas com a nossa.

Texto: Lia. S. Vianna Reis

Ilustração: Marcos Lago

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